Quando, aos trinta anos, perante uma qualquer dor de costas, comentamos, a sorrir, “É velhice!”, os amigos confirmam a ironia e, muitas vezes, acrescentam “Não te trates, não!”. Por outro lado, os menos amigos, ficam esperançados de que alguma coisa de verdade exista nesse nosso comentário!
À medida que o tempo passa e que os, cada vez mais de cinquenta anos vão pesando, a reacção, perante o nosso mesmo comentário, vai-se alterando.
Os menos amigos têm, agora com uma crescente tranquilidade, a certeza de que a nossa afirmação é bem verdadeira! Os amigos, curiosamente aqueles que nos deviam saber fazer aceitar a realidade, começam a dizer-nos “Tem juízo, estás agora velha! Deste um mau jeito, com certeza!”
É nesta altura que percebemos quanto o envelhecimento contraria os esteriótipos de uma sociedade que quer, à viva força, prolongar (às vezes, para além do razoável) a esperança de vida e adiar o aparecimento das marcas que nos enfeitam o rosto e a alegria de podermos gerir um tempo que sabemos já diminuto mas que, também por isso, queremos aproveitar para voltar a brincar!
